Uma das principais jornalistas da Record entre 2006 e 2021, Adriana Araújo decidiu processar a emissora na Justiça do Trabalho. O processo foi interpelado no fim de junho, três meses após ela oficializar sua saída. A apresentadora pede o reconhecimento de vínculos trabalhistas e alega que foi vítima de discriminação e injustiça por parte de sua antiga empregadora.
O valor a ser recebido por Adriana, caso ela ganhe da Record, vai depender dos pontos aprovados pelo juiz. A ex-âncora do Jornal da Record não pediu um valor-base no processo com quantia milionária. Segundo apurou o Notícias da TV, o caso está na 63ª Vara do Trabalho de São Paulo, e duas audiências já ocorreram entre Adriana e a emissora de Edir Macedo.
A jornalista alega que não fez parte do processo massivo de assinatura da carteira de trabalho que a Record começou a colocar em prática no segundo semestre de 2016. Durante todo o seu período na Record, Adriana Araújo foi contratada como PJ (Pessoa Jurídica). O termo é usado para definir um profissional que realiza suas atividades sem vínculo empregatício.
Ou seja, diferentemente do que ocorre com um empregado, a relação de trabalho não segue as regras da CLT (Consolidação das Leis Trabalhistas). Quem presta serviço como PJ deve ter um CNPJ ativo e emitir notas fiscais mensalmente. Essa prática faz o profissional ganhar mais dinheiro livre de impostos, mas retira uma série de benefícios, como 13º salário e férias remuneradas.
Nos últimos anos, a Record deixou de contratar profissionais como PJs e passou a registrá-los na carteira. O objetivo era evitar novos processos trabalhistas, como os movidos por atores que tinham deixado a emissora. Mas nem todos tiveram seus contratos alterados, e Adriana Araújo foi uma delas.
A apresentadora diz que foi discriminada nesta escolha, porque cumpriu tudo o que a emissora lhe mandou fazer, mesmo sem concordar. Entre as determinações, está a sua saída do Jornal da Record em 2020 para assumir o Repórter Record Investigação depois de criticar abertamente a falta de ação do presidente Jair Bolsonaro durante a pandemia do novo coronavírus.
Ela chegou a ter uma crise de choro e teve suas férias antecipadas. Adriana também criticou a emissora pela cobertura da pandemia. A orientação interna era para tratar o assunto de forma mais suave que outras emissoras.
Na sua justificativa, a Record alega que Adriana Araújo sempre ganhou um alto salário e era uma das estrelas da emissora. Para testemunhar ao seu favor, os advogados da TV convocaram quatro ex-chefes de Adriana. Todos eles participaram de uma audiência em 10 de agosto. Ainda não há previsão de quando o caso será julgado.
Procurada desde a última quinta-feira (19) pelo Notícias da TV, Adriana Araújo e seus advogados não responderam aos contatos feitos pela coluna. Caso respondam, este texto será atualizada.
Fonte: noticiasdatv.uol.com.br